Os índios espirituais
- 18/07/20
A falange dos índios espirituais cuida basicamente da saúde das pessoas encarnadas. A príncipio se apresentaram na Umbanda, mas hoje em dia existem muitas religiões índigenas tanto dentro do Brasil quanto fora do nosso país. A Encantaria, a Pajelança, o Vale do Amanhecer, o Catimbó-Jurema e muitas religiões brasileiras e da América do Sul, Central e do Norte apresentam religiões com índios espirituais. Atualmente o Xamanismo tem se destacado muito, aqui no panorama brasileiro temos muito a espiritualidade do ayahuasca, do rapé e do Santo-Daime. No México, o escritor Carlos Castañeda descreveu em seus romances fictícios, o xamanismo asteca e o uso do peiote, um tipo de fruto de um cacto que cresce no deserto mexicano. Todos os índios trabalham para a cura, para a espiritualidade, para a evolução do ser humano, para a descarga de energias negativas.
A parte negativa é o vício e o mal uso de beberagens alucinógenas na intenção de transcender. Não que eu seja contra as medicinas da floresta, mas muitos ayahuasqueiros e juremeiros acabam por exagerar na dependência de algo que deveria ajudar e não preencher um vazio interior. As medicinas dos índios norte-americanos com seus animais-totens também são muito ricas e ajudam na espiritualidade. São muitas as nações e povos indígenas do continente americano, desde a Patagônia até a Groenlândia. Sobre os totens, há toda uma busca espiritual que vale a pena ser trilhada. Todas as culturas e cosmologias índigenas são muito interessantes, muito além do interesse acadêmico ou antropológico. Os índios nos ensinam a viver em harmonia com a Mãe Natureza, a Pachamama. Sua simplicidade de viver é incrivelmente espiritual e comovente. As benzedeiras do Equador fazem muito mais do que uma limpeza espiritual com ervas e maracás, elas fazem um verdadeiro trabalho de desmanche de magias negras, energias negativas, até massagem para relaxar do estresse do mundo moderno. As benzedeiras de etnia quichua no Equador fazem um trabalho belíssimo assim como muitos outros índios encarnados e desencarnados.
Aqui no Brasil, entendemos geralmente que os índios são associados à cor verde e vêm pela Linha de Oxóssi, de acordo com as religiões afrobrasileiras. Temos então a denominação hoje em dia até menos utilizada " Cacique de Umbanda ", hoje trocada pela palavra " dirigente ". Os índios que vêm pela Umbanda, também vêm pelo Vale do Amanhecer, religião espírita idealizada pela Tia Neiva, médium que mesmo sem estudo tinha uma sensibilidade incrível. A magia índigena está nas folhas, nas cabaças, nos porongos, nos palheiros, na medicina das ervas, na flecha de Ubirajara e nas cabaças de Tibiriçá. Alguns índios espirituais, ou caboclos de penas, se destacaram na espiritualidade brasileira. São eles a Jurema, o Cacique Tupinambá, o Cacique Pena Branca, o Cacique Cobra-Coral. Esse panorama mágico espiritualista do cenário brasileiro acrescenta muita coisa à religiosidade do povo brasileiro. Acrescenta a função da Raça Vermelha, a raça do Despertar.
Muitos antigos líderes, caciques, xamãs e pajés de outras eras estão voltando na pele de crianças brancas. São elas as crianças-cristais, as crianças-índigo e as crianças arco-íris. Elas vêm em pele de homem branco para ensinar o homem a dar valor à natureza, a nossa tão importante Pachamama. Essas crianças vermelhas/brancas vêm para ensinar o biocentrismo e mostrar que a vida vai muito mais além do que a espécie humana, mostrar empatia, uma vida em perfeita harmonia com a Mãe Natureza. Os índios são aqueles que nunca foram expulsos do Paraíso, eles são o nosso elo com o Deus Maior, independente de religião.
Namastê!